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A nossa casa

por Maria Popia, em 21.01.15

casa.jpg

Quando em 2006 os meus pais me levaram para apanhar o expresso que me levaria para a universidade não sabíamos (ou no fundo sabíamos bem demais) que esse seria aquele momento em que terminaria um ciclo. Na verdade, foi a partir desse momento exato em que deixei de fazer parte do dia à dia dos meus pais e ficou para trás a vida como a conhecia desde que nasci.

Nessa altura eu não tive noção disso, mas eles tiveram. Para mim era o ínicio de uma nova etapa: a universidade. Tudo era novo, os lugares, as pessoas, as vivências. E por isso talvez não tenha notado que para eles a vida continuou igual mas sem mim. Bolas, isso deve ter sido doloroso (e talvez ainda seja).

O facto de ser filha única e lá em casa sermos só 3, pai, mãe e filha, ao sair um de nós a casa ficou brutalmente mais vazia. Mas eu não pensei nisso na altura, não me lembrei disso. E só há uns anos, já depois de terminar a universidade e estar a trabalhar, é que me apercebi que a "minha" casa me faz tanta falta. E se a mim me faz falta, quanta falta não faço eu aos meus pais?

Mas a vida é assim, tem as suas rotinas e caminhos. E ainda bem que consegui tudo aquilo que hoje tenho. Tenho um emprego, apesar de estar longe de toda a minha família. E vou pensando que eles têm de estar felizes. Seria pior se não me pudesse sustentar e tivessem de ser eles hoje a fazê-lo.

Quando regresso a casa o meu quarto está lá como o deixei. Ao vir embora há sempre uma parte que fica e dói muito dizer adeus. Apetece sempre ficar mais um pouco. Mal consigo imaginar o que sentem aqueles que estão noutros países. Estar longe daqueles que fazem parte de nós não é fácil.

Será que os pais estão mesmo preparados para ver os filhos "sair do ninho e voar"? Só saberei quando tiver os meus próprios filhos. Até lá, espero continuar a ter por muitos e bons anos a casa onde voltar. E o colinho mais que bom dos meus pais.

(Perdoem-me a lamechice. Os dias cinzentos têm destas coisas.)

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